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Tipo: Tese
Título: Diagnóstico laboratorial para o vírus dengue em líquido cefalorraquidiano : a detecção do antígeno NS1 como uma nova ferramenta
Título em inglês: Laboratory diagnosis for dengue virus in cerebrospinal fluid : the detection of the NS1 antigen as a new tool
Autor(es): Araújo, Fernanda Montenegro de Carvalho
Orientador: Sidrim, José Júlio Costa
Palavras-chave: Dengue;Diagnóstico;Antígenos;Líquido Cefalorraquidiano
Data do documento: 2011
Citação: ARAÚJO, F. M. de C. Diagnóstico laboratorial para o vírus dengue em líquido cefalorraquidiano : a detecção do antígeno NS1 como uma nova ferramenta. 2011. 154 f. Tese (Doutorado em Ciências Médicas) – Faculdade de Medicina, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2011.
Resumo: Os primeiros casos de dengue no Estado do Ceará ocorreram em agosto de 1986. A doença tornou-se endêmica, com aumento gradativo de casos graves, alguns apresentando manifestações não usuais, como o envolvimento do sistema nervoso central (SNC). Com o objetivo de estudar o diagnóstico laboratorial específico de dengue em amostras de líquido cefalorraquidiano (LCR), visando à correlação entre a dengue e o envolvimento do SNC em casos ocorridos nos anos de 2005 a 2008, foram analisadas 346 amostras de LCR coletadas de 346 pacientes: 163 provenientes de pacientes com evolução fatal que foram necropsiados no Serviço de Verificação de Óbitos Dr. Rocha Furtado (SVO); e, 183 amostras de pacientes que foram atendidos no Hospital São José de Doenças Infecciosas (HSJ) com suspeita de meningite. Os métodos diagnósticos utilizados para a análise desses materiais foram: o isolamento viral, a transcrição reversa seguida da reação em cadeia pela polimerase (RT- PCR), a pesquisa de anticorpo (Ac) IgG, Ac IgM e pesquisa de antígeno não estrutural 1 (Ag NS1). Um ensaio imunoenzimático (ELISA) comercial para detecção de Ag NS1 em soro foi avaliado para uso, pela primeira vez, em LCR apresentando uma sensibilidade de 50% (IC- 29.9-70.1) e especificidade de 100% (IC-94-100). No grupo dos pacientes que evoluíram para óbito, 90 pacientes apresentaram infecção pelo vírus dengue (DENV), e destes 46 (51,1%) com positividade para dengue no LCR: um isolamento de DENV-3; sete detecções de vírus por RT–PCR (4 DENV-3; 3 DENV-2); 26 Ag NS1 e 27 Ac IgM por ELISA; 38 IgG foram positivos por imunocromatografia. O LCR acrescentou 27,8% (25/90) ao diagnóstico de dengue em pacientes negativos em outras amostras biológicas. As manifestações clínicas mais observadas nos 46 casos de óbitos em que o LCR foi positivo para DENV foram: febre, 65%; cefaléia 50%; vômito 30.4%; desorientação, 30,4%; dispnéia, 28%; polimialgia, 28%; adinamia, 28%; agitação, 26%; dor abdominal, 17%; diarréia, 16%; queda de sensório, 10,8%; tosse, 10,8%. Considerando os dados clínicos e laboratoriais que caracterizam um envolvimento do SNC nos pacientes com amostras de LCR positivas para DENV foram encontradas as seguintes patologias neurológicas: 19 (41,3%) encefalites, 14 (30,4%) meningoencefalites e 13 (28,3%) meningites. No grupo encaminhado do HSJ, as 183 amostras de LCR foram negativas para pesquisa de bactérias e fungos. Cinco casos foram positivos para DENV (2,7%): dois para Ag NS1 e três para Ac IgM. Dos positivos, quatro foram de pacientes internados e um de paciente atendido no ambulatório. Quatro pacientes evoluíram para cura e um foi a óbito. O quadro clínico associado aos casos suspeitos de meningite foi de febre, cefaléia, vômito e rigidez de nuca. A positividade para o DENV no LCR foi maior nos casos provenientes do SVO (28,2%) quando comparado com os casos encaminhados do HSJ (2,7%), com p< 0,000 (IC- 4,21-25,37) e Risco Relativo de 10,33 vezes. Os resultados desde estudo mostraram que houve envolvimento do SNC em casos de dengue nas duas populações trabalhadas, com um maior envolvimento nos casos encaminhados do SVO. Os resultados deste estudo sugerem que em área endêmica de dengue, pacientes com sintomatologia neurológica compatível com encefalite e meningite, apresentando ou não sinais clássicos de dengue, devem ser investigados para essa virose. Entretanto, estudos prospectivos de casos de dengue com manifestações neurológicas são necessários para conhecer e compreender melhor o envolvimento do SNC nas infecções pelos DENV.
Abstract: The first cases of dengue fever in Ceará State occurred in August 1986. The disease has become endemic with a gradual increase in severe cases, some showing atypical manifestations, with involvement of the central nervous system (CNS). In order to study specific laboratory diagnosis of dengue in cerebral spinal fluid (CSF) samples aiming to implement the findings related to cases of neurological manifestations in the years of 2005, 2006, 2007 and 2008, 346 CSF samples collected from 346 patients were studied: the first group comprised 163 patients with fatal outcomes who were autopsied in Death Verification Service (DVS); the second group comprised 183 patients who attended at São José Hospital (SJH). Diagnostic methods used for CSF analysis were virus isolation in cell culture, RT- PCR, ELISA for IgM Ab and NS1 Ag detection and immunochromatography for IgG detection. A commercial kit for detection of NS1 Ag in serum was evaluated for use in CSF for the first time, and presented a sensitivity of 50% (CI 9.29-70.1) and a specificity of 100% (CI 94-100). In the first group with 163 individuals, 90 patients had infection with DENV, and from these, 46 (51.1%) were positive for dengue in CSF: one isolation of DENV-3, seven detections by RT-PCR ( four of DENV-3 and three of DENV-2), 26 NS1 Ag and 27 IgM Ab by ELISA; 38 were positive for IgG by immunochromatography. CSF added 27.8% (25/90) positive cases in the diagnosis of dengue negative in other biological samples. The clinical manifestations observed in 46 cases of deaths positive for DENV in CSF were: hyperthermia 65%, headache 50%, vomiting 30.4%, disorientation 30.4%, dyspnea 28%, polymialgia 28%, asthenia 28%, agitation 26%, abdominal pain 17%, diarrhea 16%, fall sensory 10.8% and cough 10.8%. Considering the clinical and laboratory data characterizing a CNS involvement in patients with positive CSF samples for DENV were found the following neurological disorders: 19 (41.3%) encephalitis, 14 (30.4%) meningoencephalitis and 13 (28.3%) meningitis. In the second group, all 183 CSF samples were negative for bacteria and fungi. Five cases were positive (2.7%), two for NS1 Ag and three for IgM Ab. Of the positives, four patients were hospitalized and one patient was treated at the clinic. Four patients were healed and one died. The clinical associated with suspected cases of meningitis was fever, headache, vomiting and neck stiffness. The positivity for DENV in CSF was higher in cases coming from the DVS (28.2), than the cases from SJH (2.7%), p< 0.000 (CI 4. 21-25.37) and Relative Risk of 10.33 times. The results from the study showed that there was CNS involvement in dengue cases in both groups, with a greater involvement in the cases referred from DVS. Given what has been found, it would be convenient to suggest that, in an endemic area of dengue, patients with neurological symptoms consistent with encephalitis and meningitis, showing or not classic sings of dengue fever, should be investigated for these viruses. However, prospective studies of cases with neurological manifestations of dengue are still needed to know and better understand the involvement of the CNS infection by DENV.
URI: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/12241
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