Please use this identifier to cite or link to this item: http://repositorio.ufc.br/handle/riufc/21514
Type: Tese
Title: Os territórios, os modos de vida e as cosmologias dos indígenas Akwẽ-xerente, e os impactos da UHE de Lajeado
Other Titles: Los territitorios, los modos de vida y as cosmologías dos indígenas Akwẽ-xerente, y los impactos da UHE de Lajeado
Authors: Araújo, Rosemary Negreiros de
Advisor: Sampaio, José Levi Furtado
Keywords: Território indígena;Cosmologia e modos de vida;Hidrelétrica de lajeado
Issue Date: 2016
Citation: ARAUJO, R. N. (2016)
Abstract in Brazilian Portuguese: Esta tese trata dos efeitos da implantação da Usina Hidrelétrica (UHE) de Lajeado, Luís Eduardo Magalhães, mais conhecida como Usina de Lajeado, sobre os modos de vida, organização social e cosmologia Akwẽ-Xerente, considerando como base a relação desse povo com a territorialidade. O estudo teve como objetivo compreender a relação dos povos indígenas Akwẽ-Xerente com a sua cosmologia no contexto das transformações socioterritoriais impulsionadas por setores econômicos e pelo Estado. Este povo indígena é classificado como Jê Central e forma, com os Xavante e Xacriabá, o povo Akwẽ. Em 2001, o povo Xerente foi diretamente afetado pela construção da Usina Hidrelétrica Luis Eduardo Magalhães (UHE), mais conhecida como Lajeado. Além das perdas materiais, dentre elas as roças de vazantes, a construção da usina gerou o desaparecimento das áreas de plantio nas margens do rio, a diminuição de peixes; e uma grande fragmentação em novas pequenas aldeias. Antes de Lajeado, existiam 34 aldeias; após quinze anos da implantação da barragem, esse número duplicou, e a cada dia são criadas pequenas aldeias por todo o território. Ao todo são 81 aldeias, sendo dezesseis situadas na margem direita do Kâmrã (rio Tocantins); as demais se localizam nas proximidades do rio Sono e em outras áreas do território. A população que habita as proximidades do Kâmrã se autodenomina kunimantekwa (povo de baixo); os demais indígenas se consideram o wainetrekwa (povo de cima). Nesse contexto, os índios foram indenizados através do Programa de Compensação Ambiental Xerente (PROCAMBIX), que propunha a realização de quatorze projetos. No entanto, boa parte destes projetos não dialogava com a lógica de vida e a cosmologia indígena. Isso fez com que os Xerente rejeitassem algumas propostas e/ou não permitissem que algumas ações dos projetos desenvolvidos fossem incorporadas ao seu modo de vida. Metodologicamente, utilizamos a pesquisa qualitativa. Na pesquisa de campo, a realização de uma etnografia foi muito significativa para a compreensão da cosmologia e dos modos de vida do povo Xerente. As narrativas dos indígenas revelaram que a vida social deste povo caminha num ritmo muito intenso de mudanças, no entanto, ao se reconfigurar, ela não tem deixado enfraquecer sua cultura e cosmologia. Mesmo na conjuntura atual, em que ocorre um acelerado processo de aproximação com a sociedade nacional, a língua nativa possui um caráter político de fortalecimento da cultura e de identidades, sendo a manutenção do idioma um dos fatores responsáveis por dar o contorno ao território indígena.
Abstract in Spanish: Este estudio tuvo como objetivo comprender la relación de los pueblos indígenas Akwẽ-Xerente con su cosmología en el contexto de los cambios socio territoriales hechos por los sectores económicos y el Estado. Este pueblo indígena se clasifica como Jê Central y forma, con los Xavante y Xacriabá, el pueblo Akwẽ. En 2001, el pueblo Xerente se vio afectado directamente por la construcción de la Central Hidroeléctrica Luis Eduardo Magalhães (UHE), más conocida como Lajeado. Además de las pérdidas materiales, entre ellos los campos de aguas bajas, la construcción de la planta genera la desaparición de las áreas de plantación en las riberas de los ríos; la disminución de los peces; y una fragmentación en nuevas pequeñas aldeas. Antes de Lajeado, había 34 aldeas; después de quince años de implantación de la presa, este número se duplicó, y cada día se crean pequeñas aldeas en todo el territorio. En total, hay 81 aldeas, siendo dieciséis ubicadas en la orilla derecha del Kâmrã (río Tocantins); las otras se encuentran cerca del río Sono y otras zonas del territorio. La población que vive en las cercanías del Kâmrã se autodenomina “pueblo de abajo”; los otros indígenas se consideran el "pueblo de arriba". En este contexto, los indios fueron indemnizados a través del Programa de Compensación Ambiental Xerente (PROCAMBIX), que propuso la celebración de catorce proyectos. Sin embargo, muchos de estos proyectos no dialogaran con la lógica de la vida y la cosmovisión indígena. Como resultado, los Xerente rechazaron algunas propuestas y/o no permitieron que algunas acciones de los proyectos desarrollados se incorporaran en su forma de vida. Metodológicamente, utilizamos la investigación cualitativa. En la investigación de campo, la realización de una etnografía fue muy significativa para la comprensión de la cosmología y estilos de vida del pueblo Xerente. Los relatos de los indígenas revelaron que la vida social de este pueblo camina en un intenso ritmo de cambio; sin embargo, al volver, ella no ha dejado menoscabar su cultura y cosmología. Incluso en la situación actual, donde hay un acelerado proceso de acercamiento con la sociedad nacional, el idioma nativo tiene un carácter político de fortalecimiento de la cultura y la identidad. El mantenimiento de la lengua es uno de los factores responsables de establecer los límites del territorio indígena.
Description: ARAUJO, Rosemary Negreiros de. Os territórios, os modos de vida e as cosmologias dos indígenas Akwẽ-xerente, e os impactos da UHE de Lajeado. 2016. 209 f. Tese (Doutorado em Geografia)-Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2016.
URI: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/21514
Appears in Collections:DGR - Teses defendidas na UFC

Files in This Item:
File Description SizeFormat 
2016_tese_rnaraujo.pdf6,93 MBAdobe PDFView/Open


Items in DSpace are protected by copyright, with all rights reserved, unless otherwise indicated.