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Tipo: Tese
Título: Efeito ansiolítico da agarana sulfatada da alga marinha Gracilaria cornea em camundongos: estudo neurocomportamental e neuroquímico
Título em inglês: Ansiolitic effect of sulfate agarana of seaweed Gracilaria cornea in mice: neurocomportamental and neurochemical study
Autor(es): Monteiro, Valdécio Silvano
Orientador: Benevides, Norma Maria Barros
Palavras-chave: Ansiedade;Sistema GABAérgico;Agarana Sulfatada
Data do documento: 2019
Citação: MONTEIRO, Valdécio Silvano. Efeito ansiolítico da agarana sulfatada da alga marinha Gracilaria cornea em camundongos: estudo neurocomportamental e neuroquímico. 2019. 78f. Tese (Doutorado em Bioquímica) - Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2019.
Resumo: Os polissacarídeos sulfatados são encontrados em vários organismos marinhos e apresentam grande interesse nas ciências médicas por conta de suas propriedades biológicas, tais como: capacidade imunomoduladora, anti-inflamatória e antitumoral. Recentemente, um polissacarídeo sulfatado do tipo agarana, caracterizado previamente por ressonância magnética nuclear, obtido da macroalga marinha Gracilaria cornea, demonstrou efeito antinociceptivo com ações central e periférica, efeito anti-inflamatório e ausência de toxicidade in vivo. Doenças relacionadas às desordens no sistema nervoso central (SNC), principalmente a ansiedade e a depressão, acometem milhares de pessoas no mundo, principalmente na população idosa. Entretanto, desordens neurológicas afetivas ainda carecem de estratégias farmacológicas consideradas efetivas para o tratamento sintomático isento de efeitos adversos. Diante do exposto, o presente estudo visa avaliar o efeito ansiolítico e o mecanismo de ação bioquímico envolvido no SNC da Agarana Sulfatada (AS-Gc) obtida da alga marinha vermelha Gracilaria cornea, a fim de contribuir para a busca por uma melhor alternativa terapêutica para essas doenças. Inicialmente, os polissacarídeos sulfatados totais (PST) foram extraídos por digestão enzimática com papaína, em tampão de acetato de sódio 0,1 M, pH 5,0. Em seguida, os PST foram fracionados por cromatografia de troca iônica em coluna de DEAE-celulose e a fração II foi utilizada para avaliar as atividades neurocomportamentais, através de análise comportamental em modelos experimentais de camundongos (labirinto em cruz elevado - LCE), campo aberto, placa perfurada e rota rod), e análise bioquímica de áreas cerebrais (córtex pré-frontal - PF e hipocampo - HC). Para a realização dos experimentos foram utilizados camundongos Swiss, machos, pesando de 25-32g, provenientes do biotério da Universidade Federal do Ceará. Os animais foram tratados agudamente com AS-Gc nas doses de 0,1, 1 ou 10 mg/kg, via intraperitoneal. Trinta minutos após o tratamento, os animais foram submetidos aos testes comportamentais. Em seguida, os animais foram devidamente eutanasiados e dissecados e as áreas cerebrais PF e HC retiradas para realização das análises dos aminoácidos Glutamato (GLU) e ácido gama-aminobutírico (GABA). Os resultados mostraram que AS-Gc, na dose de 10 mg/kg, apresentou efeito ansiolítico nos modelos de LCE e placa perfurada, pois aumentou todos os parâmetros analisados no LCE, assim como o número de mergulhos nos orifícios da placa perfurada. Este efeito está provavelmente relacionado com o sistema GABAérgico, pois o flumazenil, antagonista dos receptores GABAA/ Benzodiazepínicos, reverteu o efeito ansiolítico nos dois teste avaliados. No teste de campo aberto a dose de 10 mg/kg aumentou o número de quadrantes e no teste de rota rod não houve alteração. Na análise bioquímica das concentrações dos aminoácidos no PF e no HC, a AS-Gc não provocou aumento de GLU e GABA. Em conclusão, nossos resultados sugerem que o tratamento agudo com AS-Gc na dose de 10 mg/kg apresentou efeito ansiolítico sendo revertidos pelo uso de flumazenil, sugerindo que está relacionado ao mecanismo de ação GABAérgico. A análise bioquímica confirmou essa ação pelo aumento de GABA, um potente aminoácido inibitório presente no SNC, no PF e HC. Além disso, em contraste com o diazepam, o AS-Gc (10mg/kg) não apresentou efeito sedativo ou propriedades miorrelaxantes e não alterou a atividade locomotora.
Abstract: Sulphated polysaccharides are found in several marine organisms and are of great interest in the medical sciences due to their biological properties, such as: immunomodulatory, antiinflammatory and antitumor capacity. Recently, a sulfated polysaccharide of the agarane type, previously characterized by nuclear magnetic resonance, obtained from the marine macroalgae Gracilaria cornea, has demonstrated antinociceptive effect with central and peripheral action, anti-inflammatory effect and absence of toxicity in vivo. Diseases related to central nervous system (CNS) disorders, especially anxiety and depression, affect thousands of people worldwide, especially in the elderly population. However, affective neurological disorders still lack pharmacological strategies considered effective for symptomatic treatment free of adverse effects. In view of the above, the present study aims to evaluate the anxiolytic effect and the mechanism of biochemical action involved in the CNS of Agarana Sulfatada (AS-Gc) obtained from the red sea kelp Gracilaria cornea, in order to contribute to the search for a better therapeutic alternative for these diseases. Initially, total sulfated polysaccharides (PST) were extracted by enzymatic digestion with papain in 0.1 M sodium acetate buffer, pH 5.0. Then the PST were fractionated by ion exchange chromatography on a DEAE-cellulose column and fraction II was used to evaluate the neurobehavioral activities, through behavioral analysis in experimental models of mice (high cross-maze (LCE), open field , Perforated plaque, rotated rod), and biochemical analysis of cerebral areas (prefrontal cortex (PF) and hippocampus (HP)). For the experiments, Swiss mice, weighing 25-32g, were used, from the breeding stock of the Federal University of Ceará. Animals were treated acutely with AS-Gc at 0.1, 1 or 10 mg / kg intraperitoneally. Thirty minute after treatment, the animals were submitted to behavioral tests. The animals were then euthanized and dissected and the PF and HP brain areas removed for the amino acid analyzes Glutamate (GLU) and gamma-aminobutyric acid (GABA). The results showed that AS-Gc at the dose of 10 mg / kg presented an anxiolytic effect in the LCE and perforated plate models, since it increased all the parameters analyzed in the LCE, as well as the number of holes in the holes of the perforated plate. This effect is probably related to the GABAergic system, since flumazenil, GABAA/Benzodiazepine receptor antagonists, reversed the anxiolytic effect in the two tests evaluated. In the open field test the dose of 10 mg / kg increased the number of quadrants and in the test of rotating rod there was no change. In the biochemical analysis of amino acid concentrations in PFC and hippocampus, SA-Gc did not increase GLU and GABA. In conclusion, our results suggest that the acute treatment with SA-Gc at a dose of 10 mg/kg presented an anxiolytic effect being reversed by the use of flumazenil, suggesting that it is related to the mechanism of GABAergic action. Biochemical analysis confirmed this action by increasing GABA, a potent inhibitory amino acid present in the CNS, in PFC and HC. In addition, in contrast to diazepam, SA-Gc (10mg/kg) had no sedative effect or myorelaxing properties and altered locomotor activity.
URI: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/40529
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