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dc.contributor.advisorLinhares, Ângela Maria Bessa-
dc.contributor.authorBezerra, Cleilton da Paz-
dc.date.accessioned2013-08-06T11:51:50Z-
dc.date.available2013-08-06T11:51:50Z-
dc.date.issued2013-
dc.identifier.citationBEZERRA, C. P. Memorial de Redonda : reinvenção e luta na produção da saúde dos povos do mar. 2013. 324 f. Dissertação (Mestrado em Saúde Pública) - Universidade Federal do Ceará. Faculdade de Medicina, Fortaleza, 2013.pt_BR
dc.identifier.urihttp://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/5528-
dc.description.abstractThe intercultural nature of the expansive processes of globalization is reflected in many aspects of the collective life of the peoples of the sea. In the community of Redonda, Icapuí (Ceará, Northeastern Brazil), these processes have over the past decades raised the level of conflict over land rights, subsistence fishing, education and health and placed the aboriginal environmental outlook at odds with the dictates of tourism. The purpose of this study was to understand the transformations in collective life as perceived by the peoples of the sea in Redonda with regard to the interface between culture, education, health and environment. The research was ethnographic, with in-depth descriptions based on Geertz. Autobiographies were produced from the narratives of the local residents, including fishermen, shellfish gatherers, farmers, seniors, youths and children. The early settlement of Redonda produced a community consisting of closely related families living off subsistence agriculture, fishing and barter. The unique land/sea interaction of Redonda led to the emergence of a treasury of symbolism and rituals of care and cure in harmony with nature. Originally, life in the community emphasized the collective dimension, the use of common space and solidary practices of care. Underpinned by the principles of the basic ecclesial communities, the local sites of memory have become symbols of resistance where belief and religiosity provide a setting for utopian thought and, under extreme circumstances, a movement towards the novel-but-feasible. Tensions involving lobster fishing have transformed the sea into a battle field of competition, war and death. A degrading form of tourism attempts to submit to capitalist interests the relation between society and nature while multifaceted vulnerabilities are deepened as drug addiction encroaches insidiously on the community, creating a scenario of silent war reinforced by the conflicts at sea. However, local popular movements are producing a body of health knowledge and entertaining the prospect of reinventing resistance through art. The drama troupe “Flor do Sol” has found in stage poetry a form of empowerment and reaffirmation of the ethnic and cultural uniqueness of Redonda. In gatherings by the seashore, popular education, such as the production of knowledge through art, deconstructs prefabricated world views tied up with gender inequalities and environmental injustice. On stage, social critique and utopia are expressed in the form of health promotion for the peoples of the sea. Institutionally, in the present context, hope acquires the characteristics of the public health care networks and infiltrates the living territories in search for the multidimensionality which distinguishes the health production of the peoples of the sea. In the web of meaning with which culture is woven, the production of health is reaffirmed as production of life. The study reveals the transformations which occur in the dialectic between adjustment and resistance and which reverberate in the conditions of life of the peoples of the sea.pt_BR
dc.language.isopt_BRpt_BR
dc.subjectSaúde da Famíliapt_BR
dc.subjectSaúde Públicapt_BR
dc.titleMemorial de Redonda : reinvenção e luta na produção da saúde dos povos do marpt_BR
dc.typeDissertaçãopt_BR
dc.description.abstract-ptbrO fenômeno da interculturalidade como marca dos processos expansivos da globalização tem se revestido de diversas faces na vida coletiva dos povos do mar. A comunidade de Redonda, no município de Icapuí – CE, tem sido cenário onde tais processos expõem um alto grau de conflitualidade nas lutas do lugar, construídas, nas últimas décadas, pelo direito à terra, à pesca artesanal, à educação, à saúde e a uma lógica ambiental distinta daquela trajada pelo turismo. O objetivo deste trabalho foi compreender transformações na vida coletiva percebidas pelos povos do mar de Redonda, na interface cultura, educação, saúde e ambiente. Realizou-se uma pesquisa etnográfica, recorrendo-se às descrições densas com referência em Geertz. Fez-se uso ainda da produção de autobiografias com base nas narrativas dos sujeitos do lugar: pescadores, marisqueiras, agricultores (as), os mais idosos, as juventudes e a criançada do mar, num concerto de vozes plurais. Percebeu-se que a ocupação e o povoamento do lugar levaram a formação de uma comunidade constituída por parentes, que passaram a viver da agricultura familiar, da pesca artesanal e da prática do escambo. A singular interação terra-mar fecundou em simbolismos e rituais de cuidado e cura, pautados numa relação parceira com a natureza. Os primeiros espaços-tempos trouxeram um modo de viver em que a dimensão coletiva se sobressaia, no uso do espaço comum e nas práticas solidárias de cuidado. Os lugares de memória, com alicerces fincados nos ideários das comunidades eclesiais de base, são tomados como símbolos da resistência do lugar, em que a crença e a religiosidade funcionam como reduto de utopia e, ante as situações-limite, provocaram deslocamentos rumo ao inédito-viável. A conflitualidade que tem envolvido a pesca da lagosta transformou o mar em espaço de competição, guerra e morte. Um turismo degradante investe em submeter a relação sociedade-natureza aos interesses capitalísticos e, por entre-lugares, onde as vulnerabilidades insurgem multifacetadas, as drogas deslizam sorrateiras, compondo um cenário de guerra velada que se aprofunda com a guerra de velas. Observou-se, contudo, que os movimentos populares do lugar produzem um saber sobre saúde e ensaiam a reinvenção da resistência mediante a arte. O Grupo Flor do Sol descobre na cenopoesia o empoderamento de sujeitos e a reafirmação da diferença étnica e cultural de Redonda. Nas rodas à beira-mar, a educação popular, como produção de saber advindo da arte, desconstrói visões acabadas de mundo, dentre elas, as que reproduzem as desigualdades nas relações de gênero e as injustiças ambientais. É assim que, nas cenas do teatro, a crítica social e a utopia revelam-se como promoção à saúde dos povos do mar. Pela via institucional, a esperança ganha, no atual contexto, o tom das redes de atenção à saúde e se infiltra nos territórios vivos a procura da multidimensionalidade com que esses povos expõem sua forma de produzir saúde. Nas teias de significados que tecem a cultura, reafirma-se a produção da saúde enquanto produção da vida. Este estudo evidenciou, portanto, transformações que se dão na dialética entre ajustamento e resistência e reverberam nas condições de vida e saúde dos povos do mar.pt_BR
dc.title.enMemorial Round : reinvention and fight in the production of health of the people of the seapt_BR
Aparece nas coleções:PPGSP - Dissertações defendidas na UFC

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