Use este identificador para citar ou linkar para este item: http://repositorio.ufc.br/handle/riufc/80353
Tipo: Dissertação
Título: Cenário de simulação em atendimento à pessoas transgênero
Autor(es): Sobral, Letícia Nacle Estefan
Orientador: Peixoto, Raquel Autran Coelho
Coorientador: Britto, Débora Fernandes
Palavras-chave em português: Minorias Sexuais e de Gênero;Diversidade de Gênero;Educação de Graduação em Medicina;Treinamento por Simulação
Palavras-chave em inglês: Sexual and Gender Minorities;Education, Medical, Undergraduate;Gender Diversity;Simulation Training
CNPq: CNPQ::CIENCIAS DA SAUDE
Data do documento: 2024
Citação: SOBRAL, Letícia Nacle Estefan. Cenário de simulação em atendimento à pessoas transgênero. 2024. 97 f. Dissertação (Mestrado Profissional em Saúde da Mulher e da Criança) - Faculdade de Medicina, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2024. Disponível em: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/80353. Acesso em: 08 abril 2025
Resumo: Introdução: Há evidências de despreparo de profissionais de saúde no acolhimento, atendimento e compreensão das singularidades de pessoas LGBTQIA+ (Lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais, queer, intersexos, assexuais e outras identidades). A abordagem dessa temática no ambiente de formação permite aperfeiçoar a prática profissional. Objetivos: Este estudo se propôs a analisar a percepção de graduandos de medicina no período do internato sobre sua formação e atendimento à população LGBTQIA+. Métodos: Estudo observacional transversal quantitativo que foi composto de duas etapas. A primeira consistiu na avaliação da percepção de pessoas LGBTQIA+ sobre atitudes preconceituosas em ambientes de saúde, por meio de um formulário online, e de graduandos de medicina no período do internato sobre as competências desenvolvidas durante a graduação, por meio do questionário “Competências para o cuidado em saúde de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais”. Na segunda fase do estudo, a partir das informações obtidas, foi desenvolvido um cenário em simulação clínica para graduandos de medicina no período do internato. Os alunos responderam à “Escala de Satisfação com as Experiências Clínicas Simuladas’’ simplificada. Para comparar variáveis sociodemográficas com as respostas aos questionários foram utilizados os seguintes testes: exato de Fisher, qui-quadrado de Pearson e Mann-Whitney. Os dados foram analisados estatisticamente e foi adotado o nível de significância de 5%. Resultados e discussão: Participaram 134 pessoas da comunidade LGBTQIA+, com média de 30 anos de idade, sendo a maioria negra, cisgênero, homossexual. Destes, 35,8% classificaram de forma positiva a qualidade do atendimento recebido e 47,8% disseram ter fácil acesso à saúde. Entretanto, pessoas com baixa renda parecem ter maior percepção de dificuldade no acesso quando comparadas com pessoas de alta renda (p < 0,05). Da amostra, 31,3% já sofreram alguma discriminação em ambiente de saúde, sendo a área de ginecologia a mais apontada. 63,4% acreditam que deveria haver disponibilidade de serviços de saúde diferenciados dos demais para atender às suas necessidades e 85% percebem que os profissionais de saúde não estão preparados para atender a população LGBTQIA+. Em relação aos graduandos, 104 participaram, com idade média de 24,7 anos, sendo 50% brancos, a maioria constituída por mulheres cis (60%) e 28% autodeclarados LGBTQIA+. Do total, 56,7% não tiveram oportunidade na graduação de discutir sobre necessidades de saúde de travestis e transexuais, bem como 89,4% não conheceram a Política Nacional de Saúde Integral para a população Lésbica, Gay, Bissexual, Travesti e Transexual (PNSI-LGBT). Foi elaborado um cenário que consistia na situação de um homem trans com amenorreia secundária, com dois atores padronizados autodeclarados homens trans. Participaram da simulação 25 graduandos. 44% tiveram dificuldade em utilizar nome social e pronomes correspondentes, e 60% em fornecer aconselhamento sobre promoção e prevenção em saúde. Explorar a história sexual foi um desafio para 48% dos participantes, e 80% não conseguiram orientar corretamente o paciente sobre vias de acesso para modificações corporais pelo sistema público de saúde. Considerações finais: A discussão sobre especificidades em saúde de pessoas com diversidade de gênero ainda é pontual na graduação médica, o que pode influenciar negativamente na atenção em saúde dispensada à essa população. Houve boa receptividade por parte dos participantes quando expostos ao cenário desenvolvido. A simulação realística pode ser um instrumento útil para expor os graduandos a cenários pouco explorados durante a formação e facilitar o desenvolvimento de competências culturais.
Abstract: Introduction: There is evidence that health professionals are unprepared to embrace, care for and understand the singularities of LGBTQIA+ people (lesbian, gay, bisexual, transvestite and transsexual, queer, intersex, asexual and other identities). Addressing this issue in the training environment helps to improve professional practice. Objectives: The aim of this study was to analyse the perceptions of clerkship medical students about their formation and assistance to the LGBTQIA+ population. Methods: This quantitative cross-sectional observational study consisted of two stages. The first involved assessing the perception of LGBTQIA+ people about prejudiced attitudes in healthcare environments, using an online form, and of clerkship medical students about the competences developed during their graduation, using the questionnaire "Competences for lesbian, gay, bisexual, transvestite and transgender healthcare". In the second phase of the study, based on the gathered information, a clinical simulation scenario was developed for clerkship medical students. The students answered the simplified "Satisfaction with Simulated Clinical Experiences Scale". The following tests were used to compare sociodemographic variables with the answers to the questionnaires: Fisher's exact, Pearson's chi-square and Mann-Whitney. The data was statistically analysed and a 5% significance level was adopted. Results and discussion: A total of 134 people from the LGBTQIA+ community took part, aged 30 on average, the majority of whom were black, cisgender and homosexual. Of these, 35.8 % rated the quality of care they received positively and 47.8 % said they had easy access to healthcare. However, people on low incomes seem to have a greater perception of difficulty in access when compared to people on high incomes (p < 0.05). Of the sample, 31.3% had already suffered some form of discrimination in a healthcare environment, with gynaecology being the area most frequently mentioned. 63.4% believe that specific health services should be available to meet their needs and 85% perceive that health professionals are not prepared to deal with the LGBTQIA+ population. Regarding the undergraduates, 104 took part, with an average age of 24.7 years, of whom 50% were white, the majority were cis women (60%) and 28% self-declared LGBTQIA+. Of the total, 56.7% had not had the opportunity to discuss the health needs of transvestites and transsexuals during their undergraduate studies, and 89.4% had not learnt about the National Integral Health Program for the Lesbian, Gay, Bisexual, Transvestite and Transsexual population. A scenario was designed in which a trans man with secondary amenorrhoea was portrayed, with two standardised actors who were self-declared trans men. A total of 25 undergraduates took part in the simulation. 44% found it difficult to use social names and corresponding pronouns, and 60% to provide counselling on health promotion and prevention. Exploring sexual history was a challenge for 48% of the participants, and 80% were unable to correctly advise the patient on access routes for body modifications through the public health system. Conclusions: The debate on the specificities of gender-diverse people's health is still limited in medical training, which can have a negative impact on the health care provided to this population. Participants were very receptive when exposed to the scenario developed. Realistic simulation can be a useful tool for exposing undergraduates to scenarios seldom explored during their education and facilitating the development of cultural competences.
URI: http://repositorio.ufc.br/handle/riufc/80353
Currículo Lattes do(s) Autor(es): http://lattes.cnpq.br/1269994121871671
ORCID do Orientador: https://orcid.org/0000-0002-2998-2779
Currículo Lattes do Orientador: http://lattes.cnpq.br/2859195772390069
Currículo Lattes do Coorientador: http://lattes.cnpq.br/7082688894693022
Tipo de Acesso: Acesso Aberto
Aparece nas coleções:MPSMC - Dissertações defendidas na UFC

Arquivos associados a este item:
Arquivo Descrição TamanhoFormato 
2024_dis_lnesobral.pdf1,57 MBAdobe PDFVisualizar/Abrir


Os itens no repositório estão protegidos por copyright, com todos os direitos reservados, salvo quando é indicado o contrário.