Use este identificador para citar ou linkar para este item: http://repositorio.ufc.br/handle/riufc/24507
Tipo: Dissertação
Título: Representações sociais de cura de pessoas atingidas por hanseníase multibacilar após alta por cura no nordeste brasileiro
Título em inglês: Social representations of healing of people affected by multibacillary leprosy after discharge for cure in the Brazilian northeast
Autor(es): Ribeiro, Mara Dayanne Alves
Orientador: Lira, Geison Vasconcelos
Coorientador: Lira, Roberta Cavalcante Muniz
Aragão, Antônia Eliana de Araújo
Palavras-chave: Hanseníase;Representações Sociais;Cura
Data do documento: 12-Jul-2017
Instituição/Editor/Publicador: Biblioteca da Universidade Federal do Ceará
Citação: ALVES, M.D.A (2017)
Resumo: Considera-se uma pessoa em alta, por cura de Hanseníase aquela que completa o esquema de tratamento Poliquimioterápico (PQT) nos prazos estabelecidos pelo Ministério da Saúde. Mesmo depois de curados, os indivíduos podem apresentar Reações Hansênicas (RH), incapacidades físicas e recidivas. A inatividade do bacilo como indicador de cura na percepção dos pacientes é questionada, visto que mesmo com o bacilo inativo, sequelas físicas e psíquicas permanecem provocando sofrimento. Analisando a literatura identificamos que a temática do tratamento e da cura não tem abordado a percepção das pessoas atingidas pela Hanseníase sobre como experienciam sua condição de vida após a alta por cura. Outro dado presente na literatura é que a Teoria das Representações Sociais tem sido utilizada na investigação sobre a significação social atribuída à Hanseníase. Então, estabelecemos como questão de pesquisa: Quais são as Representações Sociais (RS) de cura em pessoas atingidas por Hanseníase multibacilar que receberam alta por cura? Nosso objetivo geral foi analisar as representações sociais de cura em pessoas atingidas por Hanseníase multibacilar que receberam alta por cura, em um município do Nordeste Brasileiro. O estudo caracterizou-se como exploratório, descritivo, e qualitativo, desenvolvido em Sobral/CE. Foram incluídos indivíduos de ambos os sexos, maiores de 18 anos, residentes no município de Sobral, atingidos pela forma multibacilar de hanseníase, com alta, por cura, há 6 meses a 1 ano, antes da coleta dos dados, somando 10 participantes, número obtido a partir da saturação dos dados. A coleta de dados foi feita por meio de entrevista estruturada, gravada, com posterior transcrição e análise por meio do Discurso do Sujeito Coletivo (DSC). Como resultados, encontrou-se que a totalidade dos participantes não soube definir Hanseníase, ou explicar o que seria a doença. Sobre o porquê de a terem tido a doença, as explicações foram diversas. Nenhum dos entrevistados apontou que a doença seria provocada por uma bactéria, entretanto, 30% (n=3) ressaltaram o contato com outras pessoas doentes como a causa da transmissão. Os DSC denotam que, em comparação com o tempo antes da doença, a vida está diferente, não é mais boa e normal. Analisando as Expressões-Chave (ECH) do confronto: vida antes e depois da doença, predominaram “A vida antes da hanseníase era boa” e “ Depois da doença, a vida piora”. A totalidade de ECH que descrevem cada situação também nos diz da maior complexidade da associação a cada RS. Para a categoria Cura houve 06 RS resumidas em “As pessoas sentem-se normais e iguais a antes da doença”, enquanto para a categoria Ausência de Cura foram 11 ECH relacionadas à aspectos como sequelas, limitações e dificuldades de adaptação à “nova funcionalidade”. Observa-se ainda que, na ausência de incapacidade (grau 0) não foram observadas ECH de ausência de cura, enquanto que com o aumento do grau de incapacidade surgem ECH relacionadas à ausência de cura. Conclui-se que, em indivíduos com reações hansênicas e com grau de incapacidade elevado, foram encontradas, na maioria dos discursos, ECH que significaram ausência de cura. Além disso, as representações sociais de cura são complexas, dinâmicas e fortemente associadas a comparação antes e depois da doença, o antes funcionando como referência para a normalidade da vida.
Abstract: A person who is cured on leprosy is considered a person who completes the Polychemotherapy (MDT) treatment plan, within the deadlines established by the Ministry of Health. Even after being cured, individuals may present with leprosy (HR) reactions and relapses. The inactivity of the bacillus as a parameter for discharge by cure is questioned since even with the inactive bacillus, physical and psychic sequelae remain causing suffering. Healing, or belief in it, is questioned in the literature and pointed out as relative. Analyzing the literature, we identified that the treatment and cure issue has not addressed the perception of people affected by leprosy on their own situation. Another emerging fact is that the Theory of Social Representations has been used in research on the social significance attributed to leprosy. So, we established as a research question: What are the Social Representations (RS) of healing in people affected by multibacillary leprosy who were discharged for cure? Thus, we have as general objective, smoothing the social representations of cure in people affected by multibacillary leprosy who were discharged for cure in a municipality in the Northeast of Brazil. The study was characterized as exploratory, descriptive, and qualitative, developed in Sobral/CE. Individuals of both sexes, older than 18 years old, living in the municipality of Sobral, with multibacillary form of leprosy, were discharged for 6 months or 1 year. The data collection took place through structured interview, recorded, later transcription and analysis through the Collective Subject Discourse (DSC). Ten people were interviewed, where it was found that the whole sample did not know how to define leprosy, or explain what the disease would be. As to why they had it, the explanations were diverse. None of the respondents pointed out that the disease would be caused by a bacterium, however, 30% (n = 3) stressed contact with other sick people as the cause of the transmission. The DSC denote that, compared to the present, life is different, it is no longer good and normal. Analyzing the Key Expressions (ECH) of confrontation: life before and after illness, "Life before leprosy was good" and "After illness, life is worse." The total ECH that describes each situation also tells us about the greater complexity of the association with each SR. For the Healing category there were 06 RS summarized in "People feel normal and equal to before disease", while for the category Absence of Healing there were 11 ECH related to aspects such as sequels, limitations and difficulties of adaptation to "new functionality". It is also observed that, in the absence of disability (grade 0), ECH was not observed in the absence of cure, while, with the increase of the degree of incapacity, ECH appeared related to the absence of cure. It is concluded that in individuals with leprosy reactions and degree of high disability were found, in most discourses, ECH that meant no cure. In addition, social representations of healing are complex, dynamic, and strongly associated with before and after the disease comparison, the former functioning as a reference for normal life.
Descrição: RIBEIRO, M.D.A. Representações sociais de cura de pessoas atingidas por hanseníase multibacilar após alta por cura no nordeste brasileiro. 2017. 108 f. Dissertação (Mestrado em Saúde da Família) - Campus de Sobral, Universidade Federal do Ceará, Sobral, 2017.
URI: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/24507
Aparece nas coleções:PPGSF - SOBRAL - Dissertações defendidas na UFC

Arquivos associados a este item:
Arquivo Descrição TamanhoFormato 
2017_dis_ribeiromda.pdfRIBEIRO, M.D.A. Representações sociais de cura de pessoas atingidas por hanseníase multibacilar após alta por cura no nordeste brasileiro. 2017. 108 f. Dissertação (Mestrado em Saúde da Família) - Campus de Sobral, Universidade Federal do Ceará, Sobral, 2017.1,85 MBAdobe PDFVisualizar/Abrir


Os itens no repositório estão protegidos por copyright, com todos os direitos reservados, salvo quando é indicado o contrário.