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Tipo: Dissertação
Título: Associação entre a técnica de contagem de carboidratos e o crescimento estatural de indivíduos com diabetes mellitus tipo 1: dados de estudo multicêntrico brasileiro
Autor(es): Albuquerque, Natasha Vasconcelos
Orientador: Montenegro Junior, Renan Magalhães
Palavras-chave: Diabetes Mellitus Tipo 1;Carboidratos;Estatura;Pediatria
Data do documento: 27-Ago-2018
Citação: ALBUQUERQUE, N. V. Associação entre a técnica de contagem de carboidratos e o crescimento estatural de indivíduos com diabetes mellitus tipo 1: dados de estudo multicêntrico brasileiro. 2018. 98 f. Dissertação (Mestrado em Saúde Pública) - Faculdade de Medicina, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2018.
Resumo: O diabetes mellitus tipo 1 (DM1) pode interferir no crescimento de crianças e adolescentes acometidas, dado que o desenvolvimento adequado nesta faixa etária pode se comprometer pelo controle glicêmico. Alguns estudos associam um bom controle glicêmico a uma melhor estatura final em crianças e adolescentes portadores de DM1. Em adição, o uso da contagem de carboidratos vem mostrando associação com a melhora no controle glicêmico e adesão dietética. No entanto, há poucos trabalhos que avaliaram a relação entre a terapia dietética utilizada e o crescimento em pacientes portadores de diabetes. Objetivo: Avaliar a associação entre a técnica de contagem de carboidratos e o crescimento de pacientes com DM1. Método: Trata-se de um estudo transversal, que incluiu 3.591 participantes do Brazilian Type 1 Study Group (BrazDiab1), que é o principal estudo multicêntrico de base populacional brasileiro sobre DM1, realizado no período de 2008 a 2010. Foram selecionados, a partir do banco de dados, os participantes com idade cronológica < 19 anos. Para análise de dados, os pacientes foram categorizados em dois tipos de terapias dietéticas, segundo o uso ou não de contagem de carboidratos. Com relação à adesão à dieta, considerou-se como adequados os indivíduos que relataram o percentual mínimo de 80%. Indivíduos portadores de DM1 com Z escore estatura < 0 foram considerados como abaixo da média em relação à população geral, e os com Z escore estatura < -2 foram considerados com baixa estatura. Para análise do peso, estatura e índice de massa corporal (IMC), os dados foram transformados em Z escore altura/idade (Z A/I) e Z escore IMC (Z IMC). Resultados: Foram selecionados 1.441 participantes, sendo 56% (n=807) do sexo feminino, idade média de 12,1 ± 4,0 anos e duração da doença de 5,0 ± 3,7 anos. No tocante à contagem de carboidratos, 34,6% (n=499) dos participantes realizavam contagem. A porcentagem dos participantes do sexo feminino foi de 59,9% (n=299) entre os faziam contagem de carboidratos e de 53,7% (n=506) entre os que não faziam (p = 0,02). Sobre a adesão dietética maior ou igual a 80%, 64,7% (n=323) faziam contagem de carboidratos e 51,0% (n=477) não faziam (p  0,01). Com relação aos achados das variáveis relacionadas ao crescimento, a média do Z IMC foi de -0,09 ± 0,20 em ambas as terapias dietéticas (p = 0,57). Já para o Z A/I a média foi de 0,15 ± 1,21 nos que faziam contagem de carboidratos e de 0,02 ± 1,29 nos que não faziam (p = 0,39). Os achados referentes à adesão adequada à dieta (≥ 80%) não mostraram impacto no desfecho crescimento. Não houve associação entre a contagem de carboidratos e o Z escore de estatura < - 2, sendo a estimativa do odds ratios (OR) igual a 0,62 e o intervalo de confiança de 95% (IC 95%) igual a 0,34-1,14. Contudo, quando a variável dependente foi o Z escore de estatura < 0, verificou-se que os indivíduos que realizavam contagem obtiveram, nesse modelo, um fator de proteção de 0,77 (IC 95%: 0,60-0,97) em relação aos indivíduos que não praticavam contagem de carboidratos. Conclusão: Observou-se uma possível associação entre a técnica de contagem de carboidratos e o crescimento de indivíduos com DM1. Considerando a estatura inadequada, tanto os indivíduos diabéticos abaixo da média em relação à população geral quanto os com baixa estatura, o presente estudo mostrou uma menor prevalência dos que faziam a contagem de carboidratos, sugerindo uma potencial associação do uso da contagem de carboidratos no crescimento adequado nesta população.
Abstract: Type 1 diabetes mellitus (T1DM) can interfere in the growth of affected children and adolescents since adequate development in this age group can be compromised by glycemic control. Some studies associate a good glycemic control with better final stature in children and adolescents with T1DM. In addition, the use of carbohydrate counting has been shown to be associated with improved glycemic control and dietary adherence. However, to date, there are few studies evaluating the relationship between dietary therapy used and growth in patients with diabetes. Objective: To evaluate the association between the carbohydrate counting technique and the growth of T1DM patients. Methods: This was a cross-sectional study, which included 3,591 participants from the Brazilian Type 1 Study group (BrazDiab1), the main Brazilian population-based multicenter study of T1DM, conducted from 2008 to 2010. Participants with chronological age <19 years were selected from the database. For data analysis, the patients were categorized into two types of dietary therapies, according to the use or not of carbohydrate counting. Regarding adherence to the diet, individuals who reported a minimum percentage of 80% were considered adequate. Patients with T1DM with stature z score <0 were considered as below the average of the general population and subjects with z score <2 were considered as having short stature. For analysis of weight, height and body mass index (BMI) the data were transformed into height/age Z score (Z H/A) and BMI Z score (Z BMI). Results: A total of 1,441 participants were selected, 56% (n=807) female, mean age of 12.1 ± 4.0 years, disease duration of 5.0 ± 3.7 years. A total of 34.6% (n=499) performed the carbohydrate counting technique. Among those who counted carbohydrates, 59.9% (n=299) were female versus (vs) 53.7% (n=506) among those who did not (p = 0.02). Among the patients who counted carbohydrates, 64.7% (n=323) stated dietary adherence greater than or equal to 80% vs 51% (n=477) among those who did not count (p = <0.01). Regarding the findings of the variables related to growth, the mean Z BMI was -0.09 ± 0.20 in both dietary therapies (p = 0.57). For Z A / I, the mean was 0.15 ± 1.21 in those who counted carbohydrates and 0.02 ± 1.29 in those who did not (p = 0.39). The findings regarding adequate adherence to the diet (≥ 80%) showed no impact on the growth outcome. There was no association between carbohydrate counting and z height scores < - 2 (OR = 0.62, 95% CI: 0.34-1.14). However, when the dependent variable was a height score <0, it was observed that the individuals that counted had a protection factor of 0.77 (95% CI: 0.60-0.97) in relation to the individuals who did not practice carbohydrate counting. Conclusion: a possible association between the carbohydrate counting technique and the growth of individuals with T1DM was observed. Considering the inadequate stature, both the diabetic individuals below average in relation to the general population and those with short stature, our data showed a lower prevalence among the group that performed carbohydrate counting, suggesting a potential association between carbohydrate counting and linear growth in this population.
URI: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/36548
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