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Tipo: Artigo de Periódico
Título: Referenciais cearenses na comunicação musical de Ednardo
Autor(es): Carvalho, Francisco Gilmar Cavalcante de
Palavras-chave: Música popular - Brasil;Música popular - Ceará;Sousa, José Ednardo Soares Costa, 1945 -;Comunicação musical
Data do documento: 1984
Instituição/Editor/Publicador: Revista de Comunicação Social
Citação: CARVALHO, Francisco Gilmar Cavalcante de. Referenciais cearenses na comunicação musical de Ednardo. Revista de Comunicação Social, Fortaleza (CE), vs. 13/14, n. 1, p. 71-103, jan./dez. 1983/1984.
Resumo: Somos um povo que canta, muitas vezes sem razões aparentes para a alegria. A canção estaria na palma dos coqueiros, no vento soprando os grãos de areia das dunas, no mar quebrando nas praias paradisíacas, no cenário clichê que se contrapõe às secas, à aspereza do espinho, à terra crestada pelo sol. O aboio, a incelença, o bendito, o repente, o coco são manifestações de cantares, as várias vertentes a que se associam às propostas de nossos compositores, os nossos cantores num sentido mais amplo e mais próprio, visto que são eles que elaboram e dão forma ao mote que é cantar. Existiria um cantar cearense? Um canto com sotaque que refletisse e digerisse todas estas influências "folk", telúricas e expressasse um jeito peculiar de ver/sentir/falar do mundo? O propósito de aprofundar esta questão nos levou a Ednardo, estuário urbano e cosmopolita de todas estas influências. A escolha de Ednardo para esta tentativa de análise não parte de mero capricho ou da preferência - pessoal que dispensa justificativas. Dentre todos os discursos dos compositores populares cearenses, o dele é o mais rico para uma dissecação com a finalidade de encontrar e pinçar traços do que seria um cantar cearense. Um corte em seus dez anos de carreira vai nos mostrar um compositor em plena vitalidade e esforço criativo, capaz de guinadas, revisões, depurações. A facilidade da escolha de Ednardo se choca com a dlficuldade que ele tem de se ajustar aos rótulos, às tentativas de classificação e compartimentação. Ele tenta, ousa e pontilha seu trabalho com influências várias, do rock ao rnaracatu, do frevo à lambada, o que dá ainda maior riqueza e diversidade às suas propostas. Isto vai tornar tudo o que for dito aqui sem o ranço da última e definitiva palavra. A releitura que vamos fazer de dez elepês (1972/1982) vai nos mostrar um artista em progresso, num processo consciente de amadurecimento e consistência. Ednardo, porque cria em cima do que seria raiz, sem folclorizar seu trabalho e porque pode e vai servir como ponto de partida para esta tentativa de análise de nosso canto com sotaque, recriado, na medida em que ganha outra dimensão e aceita as regras de um mercado competitivo e homogêneo e quer conquistar seu espaço neste mercado. A lucidez e o compromisso de Ednardo com o ofício não impedem que ele aceite este filão de referências culturais e atue dentro do sistema como fato novo, em busca de seus públicos. Este cantar cearense interessa mais na medida em que assume sua contemporaneidade na dualidade urbano/rural e digere influências e raízes. Isto Ednardo faz e tem feito, incontestavelmente.
URI: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/48913
Tipo de Acesso: Acesso Aberto
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