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Tipo: Dissertação
Título: Análise espacial da microcefalia associada ao vírus Zikaem Fortaleza–Ceará
Autor(es): Santos, Daisyanne Augusto de Sales
Orientador: Cardoso, Maria Vera Lúcia Moreira Leitão
Coorientador: Mayorga, Fernando Daniel de Oliveira
Palavras-chave: Análise Espacial;Microcefalia;Zika virus;Gravidez
Data do documento: 21-Mai-2019
Citação: SANTOS, D. A. S. Análise espacial da microcefalia associada ao vírus Zikaem Fortaleza–Ceará . 2019. 112 f. Dissertação (Mestrado em Enfermagem) - Faculdade de Farmácia, Odontologia e Enfermagem, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2019. Disponível em: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/48959. Acesso em: 04/07/2022.
Resumo: A microcefalia é uma condição rara cujo número de casos tem aumentado significativamente desde 2015, podendo estar associada à infecção pelo vírus Zika durante a gestação. Este trabalho teve como objetivo analisar a distribuição espacial dos casos de microcefalia associados ao vírus Zika em Fortaleza-Ceará. Trata-se de um estudo ecológico com enfoque na análise espacial, tendo como unidade de análise a capital do Ceará, no período de 2015 a 2017. As fontes de dados foram os Sistemas de Informação: Registro de Eventos em Saúde Pública; Sistema de Nascidos Vivos; Sistema de Mortalidade; Sistema de Informação de Agravos de Notificação; e Sistema de Monitoramento Diário de Agravos. Dados sociais por bairros foram captados do Censo Demográfico de 2010. Os dados foram coletados e analisados no período de setembro de 2018 a janeiro de 2019. Os endereços foram georreferenciados com a base cartográfica dos 121 bairros de Fortaleza. Características epidemiológicas foram avaliadas por estatística descritiva. Para identificação do padrão espacial, os dados de áreas foram analisados pelo Índice de Moran Global e Local, e pelas técnicas de mapeamento BoxMap, LISAMap e MoranMap, em conjunto com o Diagrama de Dispersão de Moran e a matriz de contiguidade convenção Rainha de primeira ordem. Para obtenção dos cálculos de autocorrelação espacial, testes de significância e ilustrações gráficas, utilizou-se o Terraview 5.4, GeoDa e o QGIS 2.14. Os resultados apontaram que no período de 2015 e 2016 houve um surto de microcefalia provocado pela introdução do vírus Zika em Fortaleza, totalizando 53 casos da doença, não ocorrendo casos em 2017. Dentro deste perfil, 58,5% são do sexo masculino, a maioria a termo, com apgar e peso adequado, 47,2% diagnosticados no período intrauterino e 22,6% evoluíram para óbito. Na análise descritiva das mães, destacam-se as seguintes características: faixa etária de até 24 anos; solteiras; desempregadas; e ensino médio completo. Quanto às características da assistência ao pré-natal e ao parto, a maioria das mães participaram do pré-natal, média de 7 consultas, iniciando no primeiro trimestre de gestação, sendo predominante o parto cesáreo pela rede pública. Na análise espacial identificaram-se áreas comuns com altas taxas de incidência de Zika e de microcefalia. O valor do I de Moran demonstrou a presença de clusters (auto correlação espacial positiva) em que bairros com altas taxas de microcefalia por Zika são vizinhos de outros com a mesma característica, apresentando bairros com maior nível de significância de p<0,05, em 2015, e com p<0,01, em 2016. A maioria desses casos encontra-se dentro ou próximo de áreas de assentamentos precários, com altos riscos de epidemia de arboviroses e baixo Índice de Desenvolvimento Humano. Concluiu-se que a partir desta análise espacial foi possível identificar as áreas de concentração de microcefalia por Zika. Os casos não ocorreram de modo aleatório e estão relacionados com o cenário socioeconômico, havendo influência das condições de vida e das taxas de infecção dos bairros vizinhos. Foi possível, com essas informações, identificar a necessidade de se investir em políticas públicas e ações para promoção e vigilância em saúde, aprimorando o acompanhamento do crescimento e desenvolvimento das crianças com microcefalia.
Abstract: Microcephaly is a rare condition that had an increased number of cases since 2015 and it is reportedly associated with Zika Virus infection during pregnancy. This study aims to analyze the spatial distribution of cases of microcephaly associated with Zika Virus in Fortaleza, Ceará, Brazil. This is an ecological study focusing on spatial analysis conducted in the city of Fortaleza from 2015 to 2017. The data sources were the following Information Systems: Event Management System, Live Birth Information System, The Mortality Medical Data System, Information System for Notifiable Diseases and Disease Surveillance System. Social Data by neighborhoods were captured from the Demographic Census from 2010. The data were collected and analyzed from September 2018 to January 2019. The locations were georeferenced with the cartographic base concerning 121 neighborhoods in Fortaleza. Epidemiological characteristics were analyzed using descriptive statistics. To identify the spatial pattern, data from the areas were analyzed by the Global and Local Moran Index, and by the mapping techniques BoxMap, LISAMap and MoranMap. We used the Terraview 5.4, GeoDa and QGIS 2.14 to obtain the calculations about spatial autocorrelation, significance tests and graphic illustrations. From 2015 to 2016 there was an outbreak of microcephaly caused by the introduction of the Zika Virus in Fortaleza, with 53 cases of microcephaly confirmed associated with congenital infection by Zika Virus and no cases in 2017. We observed that 58.5% of these children are males, with full term births and adequate Apgar scores and weight for their age. In addition, 47.2% were diagnosed in the intrauterine period and 22.6% of the cases evolved to death. In the descriptive analysis, most women were in the 24-year age group, attended high school, were single and unemployed in the moment of childbirth. Regarding prenatal and delivery aspects, most women attended an average of seven consultations, starting at the first trimester of gestation and had a cesarean delivery in public network hospitals. In spatial analysis, common areas with high incidence rates of Zika and microcephaly were identified. Moran's I value demonstrated the presence of clusters (positive auto spatial correlation) in which neighborhoods with high rates of Zika microcephaly are neighbors to others with the same characteristic, presenting neighborhoods with a higher level of significance of p < 0.05 in 2015 and p < 0.01 in 2016. Most of these cases are within or near areas of precarious settlements, with high risks for arboviruses epidemic and low Human Development Index. From this spatial analysis it was possible to identify the concentration areas of microcephaly by Zika. The cases did not occur randomly and are related to the socioeconomic scenario, suffering influence from living conditions and infection rates in neighboring areas. It was possible, with this information, to identify the need to invest in public policies and actions for health promotion and surveillance, improving the monitoring of the growth and development of children with Microcephaly.
URI: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/48959
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