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Tipo: Tese
Título: Implicações psicossociais da pobreza e suas influências na saúde mental e no apoio social de mulheres em contexto rural.
Autor(es): Nepomuceno, Bárbara Barbosa
Orientador: Ximenes, Verônica Morais
Palavras-chave: Pobreza;Saúde Mental;Apoio Social;Mulheres
Data do documento: 2019
Citação: NEPOMUCENO,Bárbara Barbosa. Implicações psicossociais da pobreza e suas influências na saúde mental e no apoio social de mulheres em contexto rural.2019.210f.- Tese- Universidade Federal do Ceará, Programa de Pós-graduação em Psicologia, Fortaleza (CE), 2019
Resumo: No Brasil, a pobreza se apresenta de forma mais contundente entre as populações rurais e no Norte e Nordeste país. As mulheres estão entre os grupos mais vulneráveis a problemática, com maior restrição à proteção social, além de apresentarem maior prevalência de Transtornos Mentais Comuns. Considerando tal realidade, indagamos Que influências se dão entre pobreza, apoio social e saúde mental em mulheres pobres no contexto rural? A tese tem por objetivo geral analisar as implicações psicossociais da pobreza e suas influências no apoio social e na saúde mental de mulheres em contexto rural. Os objetivos específicos são: comparar o índice de pobreza multidimensional de homens e mulheres, moradores de comunidades rurais do Norte e Nordeste brasileiro; analisar a saúde mental de mulheres que vivem em condições de pobreza; identificar a rede de apoio social de mulheres que vivem em condições de pobreza; analisar as influências entre apoio social e saúde mental em mulheres no contexto de pobreza rural. A pobreza é considerada como um fenômeno multidimensional, com implicações psicossociais. O gênero é analisado como categoria histórica, política e analítica, que possibilita a compreensão das construções sociais em torno do masculino e feminino, assim como das relações desiguais constituídas entre estes, contrapondo-se ao determinismo biológico em torno do sexo. A produção da saúde mental é compreendida a partir de uma complexa teia de determinações de ordem econômica, social, política, cultural e singular, que se expressam de maneira diversa entre as classes sociais e os gêneros. O apoio social é considerado como um processo interacional estabelecido entre os sujeitos, capaz de prover ajudas de ordem afetiva, instrumental, informacional e cognitiva, promovendo qualidade de vida e bem-estar para os sujeitos envolvidos. Trata-se de um estudo de natureza qualitativa e quantitativa. Na etapa quantitativa, foram aplicados 756 Questionários de Mensuração de Pobreza Multidimensional, em homens e mulheres moradores de comunidades rurais dos municípios de Pentecoste (CE) e Humaitá (AM). Na etapa qualitativa, foram realizadas 05 oficinas temáticas e 07 entrevistas individuais com mulheres moradoras dos distritos Serrota e Providência, da cidade de Pentecoste (CE). Foram realizadas análises estatísticas descritivas, comparação de médias (Teste t de Student e Análise de Variância), Análise de Correlação de Pearson e Spearman e Qui Quadrado. Os dados qualitativos foram apreciados a partir da Análise de Conteúdo Temática. Os resultados apontaram que a pobreza que se expressa em sua multidimensionalidade e que impõe uma série de privações as mulheres rurais, manifestas em diversos âmbitos da vida. São altos os indicadores de privação nos contextos pesquisados, em especial nas dimensões trabalho, renda e educação. As mulheres apresentam piores indicadores de pobreza multidimensional e maior prevalência aos transtornos mentais comuns. A centralidade da responsabilidade da mulher com trabalho doméstico, o abandono dos homens no cuidado com os filhos, a violência de gênero e a ausência de uma rede formal de apoio social provida pelo Estado, que considere as desigualdades de gênero, somadas às problemáticas sociais vividas no campo, são fatores que vulnerabilizam as mulheres rurais ao sofrimento psíquico e a pobreza. O apoio social formal e informal se apresentam como importantes recursos protetivos a saúde mental e como estratégias coletivas de enfrentamento à pobreza e ao sofrimento psíquico.
Abstract: In Brazil, poverty is most striking among rural populations and in the North and Northeast of the country. Women are among the groups most vulnerable to problems, with greater restriction to social protection, in addition to presenting a higher prevalence of Common Mental Disorders. Considering this reality, we ask what influences are there between poverty, social support and mental health in poor women in the rural context? The general objective of the thesis is to analyze the psychosocial implications of poverty and its influences on social support and mental health of women in rural settings. The specific objectives are: to compare the multidimensional poverty rate of men and women living in rural communities in the North and Northeast of Brazil; to analyze the mental health of women living in poverty; to identify the social support network of women living in poverty; and to analyze the influences between social support and mental health in women in the context of rural poverty. Poverty is considered a multidimensional phenomenon with psychosocial implications. Gender is analyzed as a historical, political and analytical category, which enables the understanding of social constructions around the masculine and feminine, as well as the unequal relations constituted between them, opposing the biological determinism around sex. The production of mental health is understood from a complex web of determinations of economic, social, political, cultural and singular order, which express themselves differently between social classes and genders. Social support is considered as an interactive process established between subjects, capable of providing affective, instrumental, informational and cognitive help, promoting quality of life and well-being for the subjects involved. This is a qualitative and quantitative study. In the quantitative stage, 756 Multidimensional Poverty Measurement Questionnaires were applied to men and women living in rural communities in the municipalities of Pentecoste (CE) and Humaitá (AM). In the qualitative stage, 05 thematic workshops and 7 individual interviews were held with women residents of the Serrota and Providência districts of the city of Pentecoste (CE). Descriptive statistical analyses, comparison of means (Student's t-test and Analysis of Variance), Pearson's and Spearman's Correlation Analysis and Chi-square were performed. Qualitative data were assessed from the Thematic Content Analysis. The results showed that poverty, which is expressed in its multidimensionality and which imposes a series of deprivations on rural women, manifested in various areas of life. The indicators of deprivation are high in the studied contexts, especially in the dimensions of work, income and education. Women have worse indicators of multidimensional poverty and greater prevalence of common mental disorders. The centrality of women's responsibility for domestic work, the abandonment of men in childcare, gender violence and the absence of a formal social support network provided by the State that takes into account gender inequalities, together with the social problems experienced in the countryside, are factors that make rural women vulnerable to psychological suffering and poverty. Formal and informal social support are important protective resources for mental health and collective strategies to combat poverty and psychological suffering.
URI: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/49253
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