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Tipo: Tese
Título: Self nas redes sociais da Internet: a construção do eu virtual nas práticas de linguagem
Autor(es): Costa, Sayonara Melo
Orientador: Araújo, Júlio César Rosa de
Palavras-chave: Presentificação;Pragmática;Enunciação;Redes Sociais
Data do documento: 2018
Citação: COSTA, Sayonara Melo. Self nas redes sociais da Internet: a construção do eu virtual nas práticas de linguagem. 2018. 101f - Tese (Doutorado) - Universidade Federal do Ceará, Programa de Pós-graduação em Linguística, Fortaleza (CE), 2018.
Resumo: A presente pesquisa volta-se para a atuação dos usuários da rede social Facebook no que diz respeito aos mecanismos que estes mobilizam no intuito de construírem um eu virtual, a partir do qual interagem entre si, labor que, neste trabalho, denominamos presentificação. Amparados pela Pragmática Linguística e pelo Interacionismo Simbólico, presentes nas formulações de Goffman (2011), compreendemos o Facebook como um palco no qual os atores sociais executam performances para uma plateia onipresente, capaz de validar ou desencorajar projetos enunciativos que os indivíduos fazem de si mesmos. Para tanto, elegemos como categorias de análise a construção das fachadas sociais (GOFFMAN, 2011) a partir das quais esses atores se representam, os mecanismos de polidez linguística (BROWN E LEVINSON, 1978; 1987) mobilizados para a manutenção dessas fachadas e o capital social (PUTNAM, 1993) resultante desse movimento. Tomando como amostra um grupo de seguidores da fanpage O Lugar, observamos os usos que estes fazem dos recursos de autoapresentação oferecidos pelo Facebook, enquanto itens constitutivos de suas fachadas virtuais. Em seguida, analisamos o conteúdo escrito dos comentários deixados pelos sujeitos nas postagens da fanpage e, por fim, consideramos o número de reações, respostas e compartilhamentos atingidos por estas postagens e seus comentários. Os resultados revelaram uma estreita relação entre fachada e capital social, bem como indícios de uma coerência expressiva oriunda do projeto enunciativo praticado por grande parte dos sujeitos observados. Constatamos ainda que os mecanismos de polidez linguística foram empregados no intuito minimizar possíveis danos às fachadas construídas, reforçando aspectos positivos do eu presentificado. Dessa forma, quanto mais bemsucedido o projeto enunciativo e sua defesa, maior o capital social relacionado àquele perfil, o que confere ao eu virtual a validação de si mesmo e o potencial para influenciar as redes das quais participa.
Abstract: This research aims to analyze social media users’ acting on Facebook concerning the mechanisms they activate to construct a virtual self, from which they interact with others. We call this phenomenon “presentification”. Based on Linguistic Pragmatics and Symbolic Interactionism (GOFFMAN, 2011), we understand that Facebook is a stage where social actors perform to an omnipresent public, which can validate or discourage enunciative projects that individuals make about themselves. Therefore, we selected the social façade construction (GOFFMAN, 2011), the mechanisms of linguistic politeness (BROWN e LEVINSON, 1978; 1987) activated to keep these façades on, and social capital (PUTNAM, 1993) accrued from this movement as analytical categories from which the actors represent themselves. The analytical corpus is the production of a group of followers of the Facebook fan page O Lugar, and we analized the uses of the self presentation resources offered by that platform as constructive items for their virtual façades. Then we analyzed the writen content of the comments from these individuals to posts of the fan page, and finally we considered the number of reactions, answers and sharing to these posts and comments. The results show a strict relation between social façade and social capital, as well as an expressive coherence originated from the enunciative project practiced by part of the observed individuals. Furthermore, the mechanisms for linguistic politeness were employed to minimize possible damages to the façades constructed, which reinforces positive aspects of the self presented. Thus, the more successful the enunciative project and its defense are, the more related to that profile the social capital will be. This characteristic confers to the virtual self the validation of individuals themselves and the potential to influence the network of which they are part.
Résumé: Cette recherche analyse les actions des utilisateurs du réseau social Facebook vis-à-vis des mécanismes qu'ils mobilisent pour construire un “moi” virtuel, à partir duquel ils interagissent les uns avec les autres, ce que l’on appelle “présentification”. Soutenu par la Pragmatique Linguistique et l'Interactionisme Symbolique, présents dans les formulations de Goffman (2011), on comprends que le Facebook est une scène où les acteurs sociaux jouent leur rôles devant un public omniprésent, qui peut valider ou décourager des projets énonciatifs que les individus font d'eux-mêmes. Par conséquent, on a choisi comme catégories d’analyse la construction de façades sociales (GOFFMAN, 2011) d’où ces acteurs se representent euxmêmes, les mécanismes de la politesse linguistique (BROWN E LEVINSON, 1978; 1987) activés par la mantenance de ces façades, et le capital social (PUTNAM, 1993) résultant de ce mouvement. Le corpus est composé par la production d’un groupe d’adeptes à la fan page au Facebook O Lugar, et l’on analyse comment ces individus usent les resources d’autoprésentation disponibles au Facebook, comme des articles qui composent ses façades virtuelles. Après, on analyse le contenu écrit des commentaires des individus aux messages de la fan page et, enfin, on considère le nombre de reactions, réponses et partages de ces messages et des commentaires. Les résultats ont révélé une relation étroite entre façade social et capital social, autant que des indices d’une consistance expressive venue du project énonciatif pratiqué par la plupart des individus analysés. Plus, on a trouvé que les mécanismes de politesse linguistique ont été utilisés pour minimiser des dommages possibles aux façades sociales construites, ce que renforce des caracteristiques positives du self présent. De cette façon, plus le projet énonciatif et sa défense sont couronnés de succès, plus le capital social est lié à ce profil là. Cela donne au self virtuelle l'auto-validation des individus et le potentiel d'influencer les réseaux auxquels ils participent.
URI: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/50661
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