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Tipo: Tese
Título: Movimentos estudantis na UFC e ecos de resistência de 1968 e 2016
Autor(es): Sucupira, Tânia Gorayeb
Orientador: Vasconcelos, José Gerardo
Coorientador: Xavier, Antônio Roberto
Palavras-chave: Universidade Federal do Ceará. Centro de Ciências. Departamento de Física;Movimentos estudantis - Fortaleza (CE) - 1968;Universidade Federal do Ceará. Faculdade de Educação. Curso de Pedagogia;Movimentos estudantis - Fortaleza (CE) - 2016
Data do documento: 2021
Citação: SUCUPIRA, Tânia Gorayeb. Movimentos estudantis na UFC e ecos de resistência de 1968 e 2016. Orientador: José Gerardo Vasconcelos. 2021. 286 f. Tese (Doutorado em Educação) - Programa de Pós-graduação em Educação Brasileira, Faculdade de Educação, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2021.
Resumo: Em 1947, os estudantes da Faculdade de Direito do Ceará organizaram um abaixo- -assinado com dez mil assinaturas para pleitear uma universidade para o estado (Universidade Federal do Ceará). Na greve do terço, em 1962, os universitários da Universidade Federal do Ceará lutaram por representação e voto nas instâncias deliberativas da instituição. A pesquisa acrescenta os movimentos estudantis no Instituto de Física (1968) e na Faculdade de Educação (2016). A premissa é que os estudantes da referida instituição historicamente se organizam por conquistas institucionais, motivo por que a pesquisa objetiva compreender representações nos movimentos de ocupação do Instituto de Física e da Faculdade de Educação. A análise destaca aprendizagens que resultaram do ativismo e o método comparado analítico discute semelhanças e convergências entre as ocupações. O trabalho consistiu na revisão da bibliografia, fontes primárias e entrevistas com protagonistas e coetâneos das respectivas ocupações. Narrativas relacionam a sublevação com o movimento estudantil de maio de 1968 e citam a conquista das reivindicações de melhorias na infraestrutura do prédio e reuniões entre docentes, discentes e técnicos para a reformulação do currículo. Em 2016, com o apoio da União Nacional dos Estudantes, as greves e ocupações nos campi da Universidade Federal do Ceará foram articuladas pelo Diretório Central, com aumento da participação discente e ganhos institucionais: congelamento do valor unitário das refeições aos universitários e ampliação da oferta do desjejum para um número maior de alunos carentes. A ocupação da Faculdade de Educação interrompeu completamente o acesso, inclusive impediu que fossem realizadas provas do Exame Nacional do Ensino Médio. As narrativas abordam a participação de secundaristas no movimento e ressaltam dificuldades da convivência, mas afirmam o amadurecimento político e as aprendizagens, entre elas, a retórica em público e a organização de assembleias. A reunião que decidiu o fim da ocupação Faculdade de Educação resultou em duas atas. Conforme a ata do Conselho da Faculdade de Educação, foi aprovada a criação do Fórum de Graduandos e Pós-Graduandos da faculdade. Segundo a Ata da Ocupação, além do fórum citado, houve consenso para ampliar o horário do laboratório de computação e para mudar o nome do auditório da Faculdade de Educação, que homenageia o integrante do governo ditatorial que assumiu após o golpe de 1964. A análise comparativa de narrativas da ocupação do Instituto de Física e da Faculdade de Educação demonstra que, em 1968, o número de estudantes no ensino superior era menor, mas o ativismo estudantil era ligado a partidos políticos e congêneres. Em 2016, o número de matrículas na universidade foi expandido, contudo as narrativas indicam que mais da metade dos estudantes protagonistas da ocupação da referida faculdade optam pela militância livre de ligação com organizações políticas ou participam de coletivos autônomos e independentes de partidos políticos. Um ponto em comum ao movimento de ocupação do Instituto de Física e da Faculdade de Educação é a organização da ação política em protesto contra o governo estabelecido, em vista de melhores condições de ensino e aprendizagem e por mais investimentos públicos em educação.
Abstract: In 1947, students from Ceará Law School organized a petition with 10,000 signatures to demand a state university (Federal University of Ceará). During the “Um Terço” strike in 1962, Federal University of Ceará students fought for representation and voting rights within the deliberative bodies of the institution. To that history, this research adds the student movements at the Physics Institute (1968) and the School of Education (2016). Its premise is that Federal University of Ceará students, historically, have organized in pursuit of institutional gains and it aims to understand the representations in the occupation movements of Physics Institute and School of Education. The analysis highlights lessons learned through activism and the comparative analytical method discusses similarities and convergences between the occupations. The study consisted of a bibliography review, primary sources and interviews with protagonists and contemporaries of each occupation. Narratives tell the story of the student movement upheaval of May 1968 and cite its accomplishments: improvements to the building infrastructure, and meetings between students, faculty and technicians for curriculum reformulation. In 2016, with the support of “União Nacional dos Estudantes”, strikes and occupations on Federal University of Ceará campuses were organized by the student union, highlighting increased participation of students in the movements, as well as institutional gains: price freezes on student meals and expansion of breakfast to a greater number of underprivileged students. The School of Education occupation blocked access to the facility completely, including impeding the administration of the national secondary school exit exam. The narratives address high school students’ participation in the movement and highlight the difficulties of coexisting, but affirm the resulting political maturity and lessons learned, among them, public speaking and assembly organization. The meeting that determined the end of the Faced occupation resulted in two distinct records. According to the Faculty of Education Council version, the creation of a School of Education student and alumni Forum was approved. According to the occupation participants’ minutes, in addition to the Forum cited, there was a consensus to expand the computer lab hours and to change the name of the School of Education auditorium, which honors the member of the dictatorial government that took over, after the 1964 coup. The comparative analysis of narratives of the Physics Institute and School of Education occupations demonstrates that, in 1968, the number of college students was smaller, but student activism was connected to political parties and organizations. In 2016, the number of enrollments at the university had expanded, but the narratives indicate that more than half the students that were active in the School of Education occupation opted for militancy free from connections with political organizations or participated in autonomous collectives independent of political parties. One point in common between the Physics Institute occupation movement and School of Education is the organization of political action in protest against the established government, demanding better study conditions and greater public investments in education.
URI: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/59280
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